Hegel considerava a religião como a consciência humana dirigida a Deus. A prova da existência de Deus era apresentada nos seguintes termos: Prova cosmológica: consciência da existência finita diante do infinito. Trata-se da constatação da grandiosidade do universo, comparada à finitude da vida física; Prova teológica: consciência do corpo orgânico em meio ao inorgânico. Percepção da inserção do ser no mundo material, em busca do divino; e Prova ontológica: consciência da perfeição de Deus. O ser finito concebe um ser infinito e perfeito. O desenvolvimento da religião é o desenvolvimento da ideia de Deus na consciência humana. Ele descreve os estágios desse desenvolvimento: Ideia de Deus como poder: religião natural (religiões orientais: chinesa, indiana e budista); Ideia de Deus como passagem da substancialidade à individualidade espiritual (religiões persa, síria e egípcia); Ideia de Deus como individualidade espiritual (religiões judaica, grega e romana); e Ideia de Deus como espírito absoluto, e que constitui a religião absoluta, a cristã.
Hegel percebe a evolução da ideia de Deus nas religiões, colocando a cristã como ápice dela. Realmente isso só poderia ser afirmado por um cristão. Talvez o judeu ou o muçulmano, por exemplo, não veja assim. De sua análise, é possível compreender que tal desenvolvimento se processa na psiquê, que necessitará da manifestação externa do sagrado (culto ou rito), de acordo com a cultura, para a percepção do Espírito, no que diz respeito à percepção de Deus em si mesmo. As religiões são formas de representação do sagrado na psiquê e, consequentemente, no Espírito.
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