Não
basta que seja pura e justa a nossa causa.
É necessário que a pureza e a justiça existam dentro de nós.
Dos
que vieram e conosco se aliaram
muitos traziam sobras no olhar, intenções estranhas.
Para alguns
deles a razão da luta era só ódio:
um
ódio antigo centrado e surdo como uma lança.
Para alguns
outros era uma bolsa
bolsa vazia (queriam enchê-la)
queriam enchê-la com coisas sujas inconfessáveis.
Lutar para nós
é ver aquilo que o Povo quer realizado.
É ter a terra onde nascemos.
É sermos livres pra trabalhar.
É ter pra nós o que criamos
Lutar pra nós é um destino,
é uma ponte entre a descrença e a certeza do mundo novo.
Na mesma barca
nos encontramos.
Todos concordam, vamos lutar.
Lutar pra quê?
Pra dar vazão ao ódio antigo?
Ou pra ganharmos a liberdade e ter pra nós o que criamos?
Na mesma barca
nos encontramos
Quem há-de ser o timoneiro?
Ah as tramas que eles teceram!
Ah as lutas que aí travamos!
Mantivemo-nos
firmes:
no
povo buscáramos a força e a razão.
Inexoravelmente,
como uma onda que ninguém trava
vencemos.
O Povo tomou a direção da barca.
Mas a lição lá
está, foi aprendida:
Não basta que seja pura e justa a nossa causa.
É necessário que a pureza e a justiça existam dentro de nós.
Nenhum comentário:
Postar um comentário