Imaginemos um viajante
que, enquanto cruza a estepe, se vê perseguido por um animal feroz. Para se
salvar da fera, o viajante pula em um poço seco, ao fundo do qual há um dragão
ávido para devorá-lo. Para evitar a morte certa, o viajante se agarra aos ramos
de um arbusto silvestre que lograra crescer através das fissuras do poço.
Ocorre que suas mãos começam a ceder, e o viajante sente que logo precisará se
entregar para a morte, já que o animal feroz lhe barra a saída, e o dragão faminto
lhe veda o abrigo ao fundo do poço.
E eis que o viajante, ao
olhar para os lados, vê um rato branco (o dia) e um rato preto (a noite)
perambulando junto ao arbusto – o frágil galho que sustenta o viajante vai
sendo roído pelos ratos do tempo.
Ocorre que, em meio às
folhas do arbusto, o viajante descobre uma gota de mel e passa a lambê-la com
sofreguidão.
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