quarta-feira, 6 de julho de 2022

Assim falou Liev Nikoláievitch Tolstói: O que vai ser daquilo que faço hoje e daquilo que vou fazer amanhã.

 

Imaginemos um viajante que, enquanto cruza a estepe, se vê perseguido por um animal feroz. Para se salvar da fera, o viajante pula em um poço seco, ao fundo do qual há um dragão ávido para devorá-lo. Para evitar a morte certa, o viajante se agarra aos ramos de um arbusto silvestre que lograra crescer através das fissuras do poço. Ocorre que suas mãos começam a ceder, e o viajante sente que logo precisará se entregar para a morte, já que o animal feroz lhe barra a saída, e o dragão faminto lhe veda o abrigo ao fundo do poço.

E eis que o viajante, ao olhar para os lados, vê um rato branco (o dia) e um rato preto (a noite) perambulando junto ao arbusto – o frágil galho que sustenta o viajante vai sendo roído pelos ratos do tempo.

Ocorre que, em meio às folhas do arbusto, o viajante descobre uma gota de mel e passa a lambê-la com sofreguidão.


Nenhum comentário:

Postar um comentário