quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Memórias de uma gueixa

Nitta Sayuri
[...]Foi nesse momento que comecei a me dar conta de quanto fora ignorante. Eu nunca entendera como as coisas estão estreitamente ligadas entre si. Não falo apenas do zodíaco (gueixas são muito supersticiosas). Nós humanos somos apenas parte de algo muito maior. Quando caminhamos podemos esmagar um besouro, ou simplesmente causar alguma agitação no ar, de modo que uma mosca pouse onde de outra forma não iria parar. E se pensarmos no mesmo exemplo, mas conosco em lugar do inseto, e com o universo no papel que nós tínhamos desempenhado, fica perfeitamente claro que todos os dias somos afetados por forças que não controlamos, assim como o pobre besouro não controla nosso gigantesco pé descendo sobre ele. O que devemos fazer? Temos de usar todos os métodos possíveis para entender o movimento do universo ao nosso redor e marcar nossas ações de modo a não lutarmos contra as correntes, mas movendo-nos com elas.[...]
[...]mas agora sei que nosso mundo não é mais permanente do que uma onda subindo no oceano. Quaisquer que sejam as nossas lutas e triunfos, qualquer que seja o modo como os experimentamos, em breve todos fundem-se numa coisa só, como a tinta aguada de uma aquarela num papel.

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