quinta-feira, 29 de abril de 2021

Poesia - a morfina para a alma

 

Sustento

O que me move
é ainda a tênue esperança
de pastorear estrelas e traduzir o balbuciar das plantas.

Ouvir cigarras,
que se partem depois de cada canto,
calar o murmurar dos ventos
que me dão fantasmas quase todas as madrugadas.

Mesmo assim, agora,
meu peito quase sem jeito,
sonda a incerteza e se indaga,
sobre as cigarras partidas,
ventos que já ventaram...

Quem fui? Quem sou?
cadê meu cofre de mim,
meu poema, minha casa...
O que faço das asas?
                  
(Geni Guimarães)

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