quarta-feira, 25 de agosto de 2010

ELUCUBRAÇÃO


Nosso mundo está repleto de tantas coisas maravilhosas...
Um pôr-do-sol que transforma o céu ocidental num resplendor de cores.
Um céu noturno, pontilhado de estrelas.
Uma floresta cheia de majestosas árvores, penetradas por feixes de luz.
Cadeias de montanhas serrilhadas, com seus picos nevados brilhando ao sol.
Mares encapelados, agitados pelos ventos...
Tais coisas nos animam, nos enchem de assombro!
Diminuto pássaro, uma maritaca-estriada, voando bem alto, a uns vinte mil pés em sua trajetória, pesando apenas vinte e um gramas.
Enguias que geram luz. Gaivotas que dessalinizam a água do mar. Aves que são tecelãs. Formigas que cultivam solos. Todos dignos de admiração.
Quando a vida se aproxima do fim, não raro é nas coisas pequenas que focalizamos a nossa atenção, coisas que amiúde julgávamos corriqueiras: um sorriso, um toque de mão, uma palavra bondosa, uma pequena flor. O canto dum pássaro, a tepidez do sol...
Quando refletimos sobre as tais coisas grandes que nos assombram, as coisas pequenas que suscitam nossa admiração, as coisas engenhosas que nos fascinam, e as coisas simples tardiamente apreciadas - a que atribuímos? Exatamente como podem ser explicadas? Donde provêm?
Que as obras de Deus sejam criadas para o pensamento e a inteligência; que os mundos sejam moradas de seres que as contemplam e lhes descobrem, sob o véu, o poder e a sabedoria daquele que as formou; são questões que já não nos oferecem dúvidas. Mas que sejam solidárias as almas que as povoam, é o que importa saber.

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