sábado, 16 de julho de 2011

O Santo Graal: a busca continua...

Pensando Dan Burstein
Vivemos uma época - tal qual os dias lendários do rei Artur, o tempo das Cruzadas, o século XIX - de renovado interesse pelo romance da busca pelo Santo Graal, afirmação válida no estrito sentido do desabrochar de uma nova literatura sobre o Santo Graal do cristianismo. Tal busca se renova também num sentido mais amplo e metafórico.
A corrida para desvendar os segredos do genoma humano, para ir a Marte, para entender o big-bang e comprimir as comunicações em bits digitais sem fio - tudo isso é, de certa forma, a busca pelo Santo Graal. Uma espécie da milenarismo atrasado, quem sabe: quando a verdadeira virada de milênio aconteceu há alguns anos, muitos observadores se surpreenderam com a fraca manifestação da febre milenarista. Mas então vieram os atos apocalípticos de terrorismo, as guerras no Afeganistão e no Iraque, as explosões de violência por todo o Oriente Médio, tudo com a marca do extremismo religioso e a mesma retórica da fé versus os infiéis do tempo das Cruzadas. O novo tempo ganhou, então, um aspecto mais milenar.
No livro O santo Graal: imaginação e crença, Richard Barbet, o mais importante historiador medieval britânico, rastreia a trajetória do Santo Graal como inspirador da imaginação artística, de Wagner a Monty Python, passando por T.S. Eliot, e observa a frequência com que a expressão Santo Graal aparece na grande imprensa, em geral não muito propensa a dar demasiada atenção a assuntos religiosos. De acordo com Barber, o New York Times mencionou o Santo Graal apenas 32 vezes em 1985-86 contra 171 vezes em 2001-02; e Le Figaro, 56 vezes em 1997-98 em 2001-02. Emblemático.
Mas o que seria, na verdade, o Santo Graal? Que sentido histórico e, principalmente, metafórico a ele atribuímos? É uma busca pessoal.

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