sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Ilusões "caseiras"

Existe, no Universo, uma canção que diz assim:
♫ Eu gostaria de acender uma luz... ♫Eu gostaria de acender uma ilusão que me ajude... ♫Eu gostaria de acender uma ilusão... Talvez a neve entre os dedos... Eu gostaria de cantar que sou ágil à tua chamada, meu Pai...  ♫Eu gostaria de te dizer: o segredo do Eterno é a alegria...  ♫Eu gostaria de te acender...

A melodia tem o poder de ativar um mecanismo mágico na mente de quem a escuta. Foi isso o que um mal'ak(*) me disse. Desde aquele dia, busco diariamente uma ilusão (quanto menor, melhor) que me mantenha vivo até o dia seguinte. É pouca coisa, mas serve, do mesmo modo que já serviu, um dia, a esse alguém que me contou.

"As ilusões que procuro (as minhas ilusões) são caseiras. Eu as incluo, aqui, para o caso de o hipotético leitor estar sem ideias. A saber:
Um copo de bom vinho, em pequenos goles. Beetthoven (no meu caso, ao entardecer). Contemplar o mar (não importa onde ou quando). Ler, mesmo com os olhos fechados. Buscar borboletas zuis. Organizar a vida (amanhã). Meu pai, debruçado sobre uma mesa. Olhar para cima e saber que alguém pastoreia as estrelas (o dia todo). Beber o tempo. Contar nos dedos. Ouvir o silêncio forçado dos peixes. Contemplar a esteira do número pi. Observar o vento, despenteando as ondas. Surpreender a espuma do mar entre os pés, e fingir não ver. Meus passos na areia (sinal de retorno). A memória de um olhar que eu amava. Flores anônimas. Cavalgar em uma nuvem e sonhar. Sentar-se para rever o álbum de memória. Um livro dormido (e despertado). Uma carícia (não importa de quem). Uma canção, de passagem. O inverno, feroz, no vidro de uma janela. A cor azul, não importa em que momento. Saber que Ele espera por mim. Ver o amanhecer chegar sem nada para fazer. Viver sabendo que eu vivi. Falar comigo mesmo sobre o que nunca conversei. Ver passar o tempo e não reclamar. Dormir sabendo que não tenho urgência para acordar. Ter um amigo com quem não precisa falar. Dar a mão a uma criança. Meu sofá, onde me sento no fim do dia, e nós rimos de tudo (os meus tênis e eu). Pão frito e sua música. Minha mesa limpa de papéis. Um arco-íris de repente. Aprender que o tomate vem de uma flor. Sentar e aprender. Receber as ideias com a roupa de domingo. Não contar dinheiro. Uma casa sem espelhos. Mudar de posição uma pedra para que ela possa ver a vida de outra perspectiva."
Já ouviu essa melodia? Fique atento aos sons do Universo e elabore as suas ilusões.


(*)mensageiro

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