quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Elogio da Sabedoria

A Sabedoria inacessível ao homem
A prata tem as minas; o ouro, um lugar onde é depurado.
O ferro extrai-se da terra; ao fundir-se a pedra, sai o bronze.
Impõe-se um limite às trevas, sonda-se até o extremo limite a pedra escura e sombria.
Estrangeiros perfuram as grutas em lugares não frequentados,
e suspensos balançam longe dos homens.
A terra, que produz o pão, por baixo é devorada pelo fogo.
Suas pedras são jazidas de safiras, seus torrões encerram pepitas de ouro.
Tais veredas não as conhece o abutre, nem as divisa o olho do falcão; não as percorrem as feras altaneiras, nem as atravessa o leão.
O homem lança mão da pederneira, desarraiga as montanhas pela raiz.
Na rocha abre galerias, o olhar atento a tudo o que é precioso.
Explora as nascentes dos rios e traz à luz o que está oculto.
Mas a Sabedoria, de onde provém ela? Onde está o lugar da Inteligência?
O homem não lhe conhece o caminho, nem se encontra na terra dos mortais.
Diz o Abismo: "Não está em mim". Responde o Mar: "Não está comigo".
Não se compra com o ouro mais fino, nem se troca a peso de prata, não se paga com o ouro de Ofir, com ônix precioso ou safiras.
Não a igualam o ouro, nem o vidro, não se paga com vasos de ouro fino.
Quanto ao coral e ao cristal, nem falar!
Seria melhor pescar a Sabedoria do que as pérolas.
Não se iguala ao topázio de Cuch, nem se compra com o ouro mais puro.
Donde vem, pois, a Sabedoria? Onde está o lugar da Inteligência?
Está oculta aos olhos dos mortais e até às aves do céu está escondida.
A Perdição e a Morte confessam: "O rumor de sua fama chegou até nós."
Só Deus conhece o caminho para ela, só ele sabe o seu lugar.
(Pois contempla os limites do orbe e vê quanto há debaixo do céu.)
Quando assinalou seu peso ao vento e regulou a medida das águas, quando impôs uma lei à chuva e uma rota para o relâmpago e o trovão, ele a viu e avaliou, penetrou-a e examinou-a.
E disse ao homem: "O temor do Senhor, eis a Sabedoria; fugir do mal, eis a Inteligência."
Jó 28, 1 a 28.
Bíblia de Jerusalém

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