quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

A evolução da forma



Toda forma que vês tem seu arquétipo no mundo sem-lugar.
Se a forma esvanece, não importa, permanece o original.

As belas figuras que viste, as sábias palavras que escutaste,
não te entristeças se pereceram.



Enquanto a fonte é abundante, o rio dá água sem cessar.
Por que te lamentas se nenhum dos dois se detém?


A alma é a fonte, e as coisas criadas, os rios. Enquanto a fonte jorra, correm os rios.
Tira da cabeça todo o pesar e sorve aos borbotões a água deste rio.
Que a água não seca, ela não tem fim.



Desde que chegaste ao mundo do ser,
uma escada foi posta diante de ti, para que escapasses.
Primeiro, foste mineral; depois, te tornaste planta, e mais tarde, animal.
Como pode ser isto segredo para ti?

Finalmente foste feito homem, com conhecimento, razão e fé.
Contempla teu corpo – um punhado de pó – vê quão perfeito se tornou!


Quando tiveres cumprido tua jornada, decerto hás de regressar como anjo;
depois disso, terás terminado de vez com a terra, e tua estação há de ser o céu.

Passa de novo pela vida angelical, entra naquele oceano,
e que tua gota se torne mar, cem vezes maior que o Mar de Oman. 

Abandona este filho que chamas corpo e diz sempre “Um” com toda a alma.
Se teu corpo envelhece, que importa? Ainda é fresca tua alma.

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