terça-feira, 8 de abril de 2014

“CONHECE-TE A TI MESMO”


O homem ignorante não é o homem sem instrução;
é aquele que não conhece a si próprio.
Krisnamurti
Num certo principado, havia um senhor idoso cuja propriedade despertava interesse nas pessoas, embora não fosse uma vivenda abastada. O alvo das atenções era um garboso cavalo – motivo de satisfação do dono. Volta e meia aparecia alguém tentando comprar o animal, porém o seu dono não cogitava vendê-lo.
Ao amanhecer de um determinado dia, o velho foi surpreendido desagradavelmente: seu cavalo fugira. Um vizinho lhe disse que aquilo era muito azar, pois praticamente o seu único bem valioso tinha sido perdido. Ele respondeu que poderia ser sorte ou azar, mas somente o tempo diria.
Alguns dias depois, uma maravilhosa surpresa: o animal voltou trazendo consigo alguns cavalos selvagens. O curral estava cheio agora. Aquele vizinho veio cumprimentar o velho pela sorte. Este repetiu: sorte ou azar – só o tempo dirá.
O filho do velho – arrimo de família – resolveu domar um daqueles cavalos selvagens e, nessa empreitada, quebrou a perna. Como consequência, teria que ficar com a perna imobilizada por vários dias, então o vizinho concluiu que decididamente era muito azar para o velho, cuja posição era inalterável. O tempo se encarregaria de definir se aquilo era sorte ou azar.
Repentinamente, o principado entrou em conflito com um reino próximo e todos os jovens foram convocados para a frente de combate. Não obstante a ordem, aquele jovem não pôde atendê-la, o que significou alento para o velho pai. Desta feita, o vizinho não teve tempo para fazer um diagnóstico, pois chorava a partida do seu filho para o combate.
Há indícios que se apresentam em forma de adversidades, todavia precisamos fazer uma leitura criteriosa. Não há o acaso; precisamos estar em constante descoberta daquilo que realmente somos.

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