O homem ignorante não é o
homem sem instrução;
é aquele que não conhece a
si próprio.
Krisnamurti
Num certo principado, havia um senhor idoso cuja propriedade despertava
interesse nas pessoas, embora não fosse uma vivenda abastada. O alvo das
atenções era um garboso cavalo – motivo de satisfação do dono. Volta e meia
aparecia alguém tentando comprar o animal, porém o seu dono não cogitava
vendê-lo.
Ao amanhecer de um determinado dia, o velho foi surpreendido
desagradavelmente: seu cavalo fugira. Um vizinho lhe disse que aquilo era muito
azar, pois praticamente o seu único bem valioso tinha sido perdido. Ele
respondeu que poderia ser sorte ou azar, mas somente o tempo diria.
Alguns dias depois, uma maravilhosa surpresa: o animal voltou trazendo
consigo alguns cavalos selvagens. O curral estava cheio agora. Aquele vizinho
veio cumprimentar o velho pela sorte. Este repetiu: sorte ou azar – só o tempo
dirá.
O filho do velho – arrimo de família – resolveu domar um daqueles
cavalos selvagens e, nessa empreitada, quebrou a perna. Como consequência,
teria que ficar com a perna imobilizada por vários dias, então o vizinho
concluiu que decididamente era muito azar para o velho, cuja posição era
inalterável. O tempo se encarregaria de definir se aquilo era sorte ou azar.
Repentinamente, o principado entrou em conflito com um reino próximo e
todos os jovens foram convocados para a frente de combate. Não obstante a
ordem, aquele jovem não pôde atendê-la, o que significou alento para o velho
pai. Desta feita, o vizinho não teve tempo para fazer um diagnóstico, pois
chorava a partida do seu filho para o combate.
Há indícios que se apresentam em forma de adversidades, todavia
precisamos fazer uma leitura criteriosa. Não há o acaso; precisamos estar em
constante descoberta daquilo que realmente somos.
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