sábado, 7 de janeiro de 2017

O Convite (Oriah Moun)



Não me importa o que você faz para sobreviver. Quero saber qual a sua dor e se você tem coragem de encontrar o que seu coração anseia. Quero saber se você se arriscaria parecer com um louco por amor, pelos seus sonhos e pela aventura de estar vivo.

Não me importa saber quais planetas estão quadrando sua lua. Quero saber se você tocou o âmago de sua tristeza, se as traições da vida lhe ensinaram, ou se você se omitiu por medo de sofrer. Quero saber se você consegue sentar-se com as dores, minhas ou suas, sem se mexer para escondê-las, diluí-las ou fixá-las. Quero saber se você pode conviver com a alegria, minha ou sua, se pode dançar com selvageria e deixar o êxtase preenchê-lo até o limite, sem lembrar de suas limitações de ser humano.

Não me importa se a história que você me conta é verdadeira. Quero saber se você é capaz de desapontar o outro para ser verdadeiro para si mesmo, se pode suportar a acusação da traição e não trair a sua própria alma. Quero saber se você pode ser fiel e consequentemente fidedigno. Quero saber se você pode enxergar a beleza mesmo que não sejam bonitos todos os dias, e se pode perceber na sua vida a presença de Deus, ou do cosmos, ou do que acredite que seja maior e transcendente. Quero saber se você pode viver com as falhas, suas e minhas, e ainda estar em pé na beira do lago e gritar para o prateado da lua cheia…. “Sim”!

Não me importa saber onde você mora ou quanto dinheiro tem. Quero saber se você pode levantar depois de uma noite de pesar e desespero, exausto, e fazer o que tem de fazer para as crianças.

Não me importa saber quem você é, ou como veio parar aqui. Quero saber se você estará ao meu lado no centro do fogo, sem recuar.

Não me importa saber onde, o que, ou com quem você estudou. Quero saber o que sustenta o seu interior quando todo o resto desaba. Quero saber se você pode estar só consigo mesmo e se verdadeiramente gosta da companhia que carrega em seus momentos vazios.
Estarei escutando se e quando quiser me contar. É só chamar ou avisar.

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