Os textos epistolares me fascinam. Como documento histórico, a Carta de de Caminha; como texto literário, uma declaração amorosa ímpar contida na Carta de amor nº 3, de Sóror Mariana Alcoforado, ou uma espécie de "confissão" feita por Flória Emília a Agostinho; como um manifesto dirigido a todos os homens do planeta, a carta que Ignácio de Loyola Brandão escreveu aos filhos expressando sua preocupação com o meio ambiente; e, ainda, a que Einstein enviou ao presidente Roosevelt para persuadi-lo a apoiar o projeto Manhattan, ou a que escreveu Frei Betto ao Papa Paulo II quando da sua visita ao Brasil. São apenas alguns exemplos.
Textos assim são cativantes, e me deixo seduzir pelo estilo a que o autor faz uso, principalmente nos contextos em que o exercício da persuasão é mais evidente embora a sutileza seja o maior artífice dessa arte. Há que se considerar, também, o ritual que o ato de escrever requer, desde a construção do esquema mental ao instante de pôr o ponto final no texto produzido. Todo o processo precisa atender a determinadas exigências no que diz respeito à situação comunicativa, é óbvio.
Num tempo em que a tecnologia oportuniza recursos práticos e atraentes, coerentes às exigências da contemporaneidade, os textos epistolares mantêm o prestígio e o encanto para os que se deixam envolver pelos meandros da linguagem. Enfim, escrever e/ou ler uma carta de cunho pessoal ou seja qual for o seu caráter, é a reprodução de um gesto que tem marcado a história de muitos povos.
Seus textos epistolares são de uma expressão ímpar, poderia falar sobre vários em que os personagens são realmente apaixonantes, mas para não correr risco de deixar fora algum destaque especial, quero ser exclusivista com a carta 29 direcionada a nossa MARIA CONCITA DA SILVA SIQUEIRA, ressaltando uma realidade tão precisa desde sua infância até aos seus 88 anos.
ResponderExcluirMaravilhoso! E ainda não terminei!!!
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