domingo, 5 de dezembro de 2010

Filosofia dos epitáfios

- O Bruxo do Cosme Velho -
Crítico, irônico, cético e apaixonado
Saí, afastando-me dos grupos, e fingindo ler os epitáfios. E, aliás, gosto dos epitáfios; eles são, entre a gente civilizada, uma expressão daquele pio e secreto egoísmo que induz o homem a arrancar à morte um farrapo ao menos da sombra que passou. Daí, vem, talvez, a tristeza inconsolável dos que sabem os seus mortos na vala comum; parece-lhes que a podridão anônima os alcança a eles mesmos.

A Álvares de Azevedo, coube o epitáfio:
"Foi poeta, sonhou e amou na vida."
Para Allan Kardec:
"Nascer, viver, morrer; renascer ainda e progredir sempre. Tal é a lei."
A Immanuel Kant:
"Duas coisas me enchem a alma de crescente admiração e respeito, quanto mais intensa e frequentemente o pensamento delas se ocupa: o céu estrelado sobre mim e a lei moral dentro de mim."

Um comentário:

  1. E não podemos esquecer de Auta de Souza que teve como epitáfio versos extraídos do seu poema "Ao pé do túmulo"

    "Longe da mágoa, enfim no céu repousa
    Quem sofreu muito e quem amou demais"

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