sexta-feira, 27 de agosto de 2010

AS PESSOAS E AS ESTAÇÕES

Existe uma analogia entre as pessoas e as estações. Isso porque existem aquelas pessoas que encontramos, mas tal qual o outono, passam; porque são caracterizadas como as folhas que caem.
Na primavera, as árvores se ornam com as flores que exalam perfume, e o colorido embeleza a paisagem. Há pessoas que vêm, tornam nossos dias mais bonitos, porém as circunstâncias, os desvios que compõem a vida as levam a novos caminhos. Assim como o outono e a primavera, o verão e o inverno apresentam suas peculiaridades que nos remetem àquelas pessoas que surgem para, como a água da chuva, regar nossa alma e nos instigar à produtividade. Há, também, aquelas que nos iluminam como o sol num dia de verão.
As estações se sucedem e é assim a passagem das pessoas em nossas vidas. É possível sentir uma certa tristeza ao pensar na efemeridade do tempo em que elas estão presentes em nossa vida. Há que se ter uma visão de que as árvores estão presentes em todas as estações; ora vestidas, ora desnudas, ora revestidas porque têm raízes. Isso é o que importa! Já encontrei pessoas que estiveram bem perto de mim e, hoje, há um distanciamento maior (ou menor?) já previsto pelas leis naturais que regem a vida debaixo desse sol. Elas tomaram outro rumo, no entanto são parte de mim, pois plantaram suas raízes. Devem estar, neste momento, plantando novas mudas em algum outro lugar.
A natureza nos oferece preciosas lições e, se sou natureza, também devo estar constantemente integrada. Há, porém, lições difíceis de serem aprendidas como a que a chuva nos ensina: despencar das nuvens pegando carona no trovão e no relâmpago. Conheço pessoas que já trazem consigo tal aprendizado, mas outras precisam ser instigadas... Ainda bem que, uma vez ou outra aparece um mestre e nos ensina uma técnica, um macete ou mesmo um truque para que a façanha se realize.
Silencio minha voz para ordenar as ideias que perpassam minha mente; deixo a sua essência ora a serviço da razão, ora da emoção e, assim, vem a leveza necessária ao afago da alma e, em consequência, ao equilíbrio desejado.
Há quatro anos o meu pai fez a grande viagem. Realizou a semeadura e fazendo jus à condição de um soldado do Cristo, combateu o bom combate e, depois, voltou para casa. Deixou o exemplo de um guardião da fé. Por isso, a minha compreensão de que haverá sempre uma árvore em cuja sombra é possível meditar sobre as estações.

TRAZEMOS CONOSCO UMA PEPITA DE OURO, UMA JOIA IMUNE À CORROSÃO, QUE SOBREVIVERÁ DEPOIS DO ENVELHECIMENTO E MORTE DO CORPO?

Um comentário:

  1. É.....hoje estamos nós, tentando aprender todos os dias a conviver com a lembrança e a saudade em nossas vidas de um homem que dotado de muita sabedoria, principalmente do Alto, passou uma lição de vida que procuramos fazer jus aos seus ensinamentos precisos concisos e objetivos.

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