sexta-feira, 22 de abril de 2011

Ágora: Qual é a sua verdade?

De vez em quando, é preciso voltar à Praça do Mercado, em Atenas, em companhia de Sócrates visto que as indagações se sucedem:
Quão grande é a probabilidade que algo tem de nascer do nada? Ou ao contrário, claro: que probabilidade existe de que algo tenha sempre existido? Ou, não obstante: pode-se calcular a possibilidade de que a matéria cósmica de repente, uma bela manhã, acorde consciente de si? Todos nós fazemos esse tipo de pergunta. O que acontece é que se afirma que elas não têm respostas; porém, o fato de uma resposta não estar ao nosso alcance não significa que não exista.
Alguns passos à frente e eis que me deparo com a filosofia hindu:
Quando no dia a dia percebemos o mundo como algo variado e plural, isso se deve unicamente a uma miragem, ou ao que os hindus durante milhares de anos vêm chamando de maya. Porque não é o mundo exterior, visível e material que é real. Esse mundo não passa de uma ilusão onírica, e certamente real para os que estão presos em sua rede. Mas, para o sábio, o mundo real é brahman, a alma universal. A alma humana é idêntica ao brahman, e quando entendemos isso, desaparece a ilusão da realidade exterior. Então a alma se torna brahman, o que na realidade sempre foi, mas sem que soubéssemos.
Penso estar sonhando ao ouvir uma voz que apregoa:
Quando você sonha, acha que percebe uma realidade plural e que você se encontra num mundo exterior. Mas tudo o que há no mundo mágico do sonho foi gerado por nossa alma e nada mais. O problema é que você não nota isso enquanto não desperta, e aí o sonho já não existe. Você se desprendeu de todas as máscaras falsas e aparece como o que foi o tempo todo: você mesmo.
Há uma jornada a fazer. Venha ao Ágora e busque a sua verdade.

Um comentário:

  1. Vasti, vim até aqui pela ponte do coração, atravessei rios em águas rasas enquanto lia seu livro e me segurei nas asas da emoção.Daí,pus meus pés nesta ponte e caminhei num espaço subjetivo, bem seu, bem meu, bem mesmo de quem compreende necessidade de fazer possível, viajar, divagar, estravasar sentimentos e despir-se de seus encantos, quanto tocados, tomados de seus muitos eus, ou um único que lhes sirva: o próprio eu em suas pecualiaridades.Parabéns, querida!Você tem dedos de ouro e um artesanato muito belo na alma.Meu abraço!Zilma-12ª Dired

    ResponderExcluir