domingo, 10 de abril de 2011

O homem: um ser finito, perfectível e inacabado

Superar os limites, projetar-se para o alto, ultrapassar-se:
o eterno desafio do homem
O homem é o único ser que tem consciência de sua finitude. Sabe que sua vida tem começo, meio e fim: é um "ser-para-a-morte". Dessa maneira, ele não se satisfaz com o que é ou com aquilo que possui. Está continuamente buscando algo mais. Aspira ao infinito e deseja alcançá-lo. Ao mesmo tempo, está consciente de seus limites: é um ser finito que procura a perfeição.
Essa situação contraditória e paradoxal gera uma crise existencial, superada em parte pela crença na imortalidade e na existência de um Deus e na vida após a morte (ou na vida após a vida). É a maneira encontrada pelo homem para transcender sua contingência e sua limitação impostas pela matéria e alçar voo rumo à espiritualidade.
Saindo do ciclo material, animal e mesmo racional, ele se projeta no mundo espiritual, na esfera do absoluto e do infinito. Assim, é possível afirmar que o homem é um ser religioso e espiritual: adora, cultua e reverencia forças e divindades consideradas superiores e transcendentais. Diante de um mundo hostil e de uma realidade indecifrável, ele reza, arrepende-se, pede perdão pelos erros cometidos e invoca proteção e segurança a um Deus que condensa as ideias de infinitude, perfeição e completude.
Pascal considerou: O homem não passa de um caniço, o mais fraco da natureza, mas é um caniço pensante. Não é preciso que o universo inteiro se arme para esmagá-lo: um vapor, uma gota de água, bastam para matá-lo. Mas, mesmo que o universo o esmagasse, o homem seria ainda mais nobre do que quem o mata, porque sabe que morre e a vantagem que o universo tem sobre ele; o universo desconhece tudo isso. Toda a nossa dignidade consiste, pois, no pensamento.

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