sábado, 24 de setembro de 2011

Experiência mística

Em alguns momentos de sua vida, Plotino experimentou a sensação de fundir sua alma com Deus. De modo geral, chamamos isto de experiência mística. Plotino não foi o único a viver tal experiência. Pessoas de todas as culturas, em todos os tempos têm relatado experiências semelhantes. Ainda que as descrições dessas experiências sejam as mais diversas, esses relatos têm muitos e importantes pontos comuns.
Uma experiência mística significa sentir-se um só com Deus ou com a "alma do universo". Em muitas religiões, diz-se que há um abismo entre Deus e sua criação. O místico, porém, não conhece este abismo. O que ele - ou ela - conhece é uma "elevação a Deus".
Trata-se do seguinte: aquilo que geralmente chamamos de "eu" não é nosso eu verdadeiro. Em poucos e efêmeros momentos podemos experimentar a sensação de nos identificarmos com um eu muito maior. Alguns místicos chamam este eu maior de Deus, outros de "espírito cósmico", outros de "natureza cósmica", outros ainda de "universo". Nessa identificação, nessa fusão, o místico experimenta a sensação de "perder-se de si mesmo": ele desaparece - ou se perde - em Deus, como uma gota d'água "se perde" quando se mistura à água do mar. Certa vez, um místico indiano expressou assim essa experiência: "Quando eu era, Deus não era. Agora Deus é, e eu não sou mais". O místico cristão Angelus Silesius disse: "A pequena gota se transforma em mar quando chega até ele; e assim a alma se transforma em Deus quando nele é acolhida".
Para os místicos, o seu verdadeiro eu, que você só poderá experimentar se conseguir se libertar de si mesmo (a), é o fogo misterioso que queima para toda a eternidade. Pessoas de nossa época, que não pertencem a determinada religião, têm relatado experiências místicas. De repente elas experimentam algo que chamam de "consciência cósmica" ou de "sentimento oceânico": sentem-se como que arrancadas do tempo e... experimentam o mundo "da perspectiva da eternidade".

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