Ao ler determinados livros, ao conhecer diferentes formas de pensar e de conceber o mundo e os “mecanismos” de sua engrenagem, é inevitável o mergulho em estágios de autocensura e deslumbramento.
O primeiro consiste na recriminação pelos pensamentos ainda tão necessariamente civilizados; o segundo estágio – o deslumbramento – torna perceptível a ideia de fazer parte de um processo que, cedo ou tarde, todos estarão incluídos.
Para ilustrar tais afirmações, eis uma história contada por alguém que vive além da civilização: “Quando os deuses resolveram criar o universo, disseram a si mesmos: ‘Vamos fazer dele uma manifestação de nossa abundância infinita e um sinal a ser visto e interpretado por aqueles que tiverem olhos para ver e interpretar. Vamos cuidar generosa e irrestritamente de todas as coisas: não menos da mais frágil folha de grama do que das mais prodigiosas estrelas, não menos do inseto que canta durante uma hora do que da montanha que dura um milênio, não menos de uma lasquinha de malacacheta do que de um rio de ouro. Não vamos fazer nenhuma folha igual a outra, nenhuma terra igual a outra, nenhum mundo igual a outro, nenhuma estrela igual a outra. Desse modo, a Lei da Vida será clara para todos os que tiverem olhos para ver: o coelho que se arrasta para fora da toca para se alimentar, a raposa que está à espreita, a águia que voa em círculos lá em cima e o homem que curva seu arco na direção do céu’. E foi assim que as coisas foram feitas, da primeira à última, sem haver duas delas iguais na vastidão do universo, nenhuma coisa feita com menos cuidado do que qualquer outra no decorrer de gerações inteiras de espécies mais numerosas que as estrelas. E aqueles que tiveram olhos para ver entenderam o sinal e seguiram a Lei da Vida.”
Estão além da civilização aqueles que deixaram de ser construtores de pirâmides; estes não ocupam um espaço geográfico diferente, mas sim, um espaço sociocultural diferente. Descobriram que não há uma única maneira correta de viver, que não existem duas coisas iguais no universo e é por isso que tudo aqui está em processo.
Viver além da civilização é a próxima grande aventura da humanidade.
Ah!!! É colocar em prática a diversidade......a multiplicidade de tudo e de todos.
ResponderExcluirOra nos deslumbramos....ora ficamos a meditar.....como pode ser? Portanto a nossa mente recomeça a todo instante com um grande fluxo de interrogações que nem sempre são respondidas de forma satisfatória. E continuamos esses eternos aprendizes.....Mas isso é maravilhoso.